16 de junho de 2014

VIAJANTE DA VIDA

Compartilhado de Sonia Maria Almeida, via facebook.

Autor : Hugo Lapa
Por Sávio Martins Santos Santos Somos VIAJANTE DA VIDA...meu caro amigo.

Há mais de 100 anos, na Índia, um homem havia sido escolhido por um mestre

como seu discípulo. O Mestre estava transmitindo a ele os ensinamentos mais básicos. O discípulo resolveu então fazer uma pergunta mais profunda, e disse:

- Mestre, eu gostaria que o senhor me explicasse o que é exatamente a vida.

O mestre olhou para ele e disse:

- Falar sobre a vida é algo muito difícil, pois faltam palavras para se definir, mas posso lhe transmitir um símbolo a esse respeito, mas para isso teremos de viajar a um lugar.

O discípulo rapidamente arrumou sua bagagem e foi viajar com o mestre.

Ambos pegaram o trem na estação que ficava próximo ao eremitério onde o mestre ensinava. Logo que entraram o mestre disse:

- Observe o que estamos fazendo agora. A vida é sempre assim. Escolhemos um caminho e um objetivo para esse caminho, e começamos a percorre-lo. Entenda que na vida não existem o certo e o errado, o bom e o mal, tudo isso são referências que dependem das convenções humanas: o que existe são caminhos que cada um escolheu seguir. Nenhum caminho é melhor ou pior, bom ou mau, é simplesmente o caminho que alguém, no uso do seu livre arbítrio, decidiu percorrer. Esse é um aspecto importante da vida.

O discípulo ficou surpreso, pois achava que só seria instruído quando chegasse ao objetivo. O mestre disse:

- Esse é outro princípio da vida. – disse o mestre como se estivesse lendo seus pensamentos – As pessoas acreditam que o seu objetivo está apenas na meta traçada, no local que elas escolheram como seu objetivo. Mas o objetivo da vida humana está tanto no caminho quanto no final do caminho. E boa parte das vezes a trajetória que percorremos já esclarece muito sobre o objetivo final. Isso significa que importa tanto a jornada percorrida quanto o objetivo final da jornada. Muitos dizem que não há caminho para a paz, a paz é o caminho; ou que não há caminho para a felicidade, mas a felicidade é o caminho, e isso está muito correto. Da mesma forma, a felicidade está muito mais no esforço que fizemos para seguir em frente do que na meta final. Por outro lado, na vida o próprio caminho vai nos mostrando como podemos atingir o objetivo proposto. O caminho é uma fonte de sinais e ensinamentos que vai revelando ao viajante como ele pode atingir sua meta. Assim é nas viagens humanas, assim é na vida.


O discípulo estava muito satisfeito com essas lições. Assim que o trem começou a andar, ambos, discípulo e mestre, foram contemplando a paisagem, que era muito bonita, com bastante natureza. Depois atravessaram um local mais seco, com poucas árvores e plantas. Depois disso, passaram por lagos e rios, e logo depois por muitas casas, plantações e gado. O mestre disse:

- Preste bem atenção nisso, pois essa é outra característica da vida. A vida é bem parecida com essa viagem de trem. Vamos seguindo num fluxo contínuo, que nunca para. O homem pode até desistir, esmorecer, padecer, mas sua vida sempre, sempre segue adiante, mesmo que ele se recuse a continuar. O fluir dos acontecimentos está sempre presente. Além disso, observe como o cenário foi se modificando conforme nós fomos seguindo viagem. Assim também é a existência humana. A vida vai passando, os anos vão chegando, e todo o cenário a nossa volta, o mundo externo a nós, vai sempre, sempre se transformando, e se apresentando de outras formas. Aqui neste trem, não importa se você não olha pela janela; não importa se você se recusa a olhar além do que está dentro do trem, a vida continua seguindo seu ritmo inexoravelmente. A esse respeito, tudo a nossa volta vai se moldando com outras aparências, outras formas vão se apresentando, e essa é outra característica essencial da vida. Tudo muda, os cenários de nossa vida se alternam, e nós devemos sempre seguir o fluxo das mudanças.

O discípulo viu ao longe que um outro trem estava passando, fazendo um outro caminho. O mestre aponta para o trem e diz:

- Está vendo aquele outro trem? Ele representa o caminho que outras pessoas escolheram para atingir seus próprios objetivos. Lembre-se de uma coisa: sempre que você escolher um caminho, e começar a trilha-lo, encontrará um objetivo definido. O caminho escolhido representa seu livre arbítrio, e o destino final, o resultado da escolha do caminho, representa aquilo que chamamos de karma. É a causa, ou escolha, e o objetivo: karma ou consequência da escolha. Você pode mudar de caminho se você quiser, em algumas ocasiões, mas a partir do momento que entrou num trem, não chegará em um lugar diferente, terá que assumir as consequências do caminho escolhido. Assim é a vida.

O discípulo ouvia atentamente, e sentia que estava aprendendo muito nessa viagem. De repente, um senhor estava andando no corredor, tropeçou e caiu em cima do mestre com uma xícara de café, sujando toda a roupa do mestre. O discípulo ficou bravo, mas o mestre não se abalou e aceitou as desculpas do senhor. O mestre virou-se para o discípulo e disse:

- Esta é outra característica da vida. Um de nós dois iria imaginar que café cairia e sujaria minha roupa? Não… Pois bem, a vida é assim, ela é pura impermanência e imprevisibilidade. Não sabemos o que acontecerá na viagem, e isso nos renova o gosto pelo viver. Se a vida fosse muito previsível, e já soubéssemos antecipadamente tudo o que vai ocorrer, ela perderia a graça, e não seria atrativa para os homens seguirem em frente. Então te digo, muito do que nos move é a imprevisibilidade da vida, e a vida é assim: não se pode prever tudo, sempre há o imprevisto. Também existe isso no final da estrada, sempre esperamos uma coisa de um lugar que almejávamos chegar, e quando lá estamos, encontramos uma outra coisa.

No que diz respeito as viagens em busca da essência espiritual, ou em busca de Deus, quando atingimos o final do caminho, nos damos conta de que aquilo que procuramos sempre esteve dentro de nós, mas fomos incapazes de perceber. Isso significa que Deus estava dentro de nós desde o início do caminho, presente a todo momento, mas só no final tomamos consciência disso. Por outro lado, podemos trilhar infindáveis distâncias, mas a maior viagem é a viagem para dentro de você, é a viagem interior, que nos conduz ao centro do nosso ser, a nossa essência, a Deus, que se encontra no âmago de nosso ser.

E não se esqueça: quando termina uma viagem, sempre começa outra. Portanto, somos eternos viajantes; viajantes da vida, viajantes das estrelas. A vida é isso: uma grande e eterna viagem. Somos viajantes que percorrem imensas “distâncias” dentro do eterno mistério da Criação.

Autor : Hugo Lapa

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